Vamos cancelar o Carnaval por causa de quem não se vacinou?

Pode parecer uma afirmação ousada, mas o fato é que a pandemia está controlada no Brasil.

A média móvel é de 145 mortes diárias (já foi mais de 3 mil), e a vacinação avança, com forte adesão da população.

Já temos doses disponíveis para todos os que ainda não se vacinaram, depois de um ano inteiro em que chegaram a conta gotas.

E o mais importante: quase todos os casos graves de Covid são de não vacinados. As vacinas atuais fornecem uma sólida proteção, inclusive contra as novas variantes.

A vida já pode voltar ao normal. Mas, surpreendentemente, tem gente que não quer que volte.

Me espanto com gente progressista e de esquerda querendo cancelar o Carnaval. Esperava isso apenas de bolsonaristas, lideranças igrejeiras e demais setores que odeiam a nossa festa popular.

Mas parece que o negacionismo da extrema direita levou os progressistas a um movimento contrário: um exagero em defesa de restrições draconianas.

Alguns nitidamente se consideram pessoas melhores que as outras porque não saem de casa.

Essa afetação de virtude já era meio brega um tempo atrás. Agora, que tem vacina pra todos, não tem nem lógica.

Então eu, vacinado, não posso fazer meu Carnaval porque tenho que… proteger quem não se vacinou?

Isso não faz sentido.

“Ah mas no Carnaval ninguém segue os protocolos”.

De fato, no Carnaval as pessoas se abraçam e se beijam na boca. Está proibido o beijo na boca?

Quando é que vai voltar o beijo na boca? Só quando tiver zero mortes por Covid? Só quando acabar a paranoia dos hipocondríacos?

O fato simples é que nós vencemos. Vencemos um governo assassino, que foi obrigado a comprar as vacinas que tentou sabotar.

Falta na esquerda o costume de festejar as vitórias, parece que nunca é suficiente, é sempre “só uma batalha a mais”.

Nós vencemos e agora queremos celebrar a vida e demonstrar afeto, depois de tanto sofrimento.

Então me desculpe, mas vai ter Carnaval sim.